domingo, 1 de novembro de 2009

ODE À FÊNIX


Na alta pira de mirra celestial
Entre as palmeiras é ornamentado
O berço vil onde será cremado
O corpo triunfal.

E, das entranhas, a luz fenecida.
Da carne do pai, a decomposição.
Átomo súbito da contracepção
Eterna da vida.

Silêncio; com a escuridão o enlace
Embalsamando o corpo secular.
Os gametas da bela ave milenar
Que das cinzas nasce.

E o pecado das imensas dores
Elevando o eterno firmamento.
E no altar do sol o esquecimento
Oblíquo das flores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário